A Síndrome da Boca Ardente ou glossodínia é caracterizada por dor na cavidade oral com ou sem sinais inflamatórios, mas sem lesões específicas. Acomete geralmente mulheres na faixa etária entre 40 a 60 anos. Geralmente apresenta-se como tríade: dor na boca, alterações do paladar e alterações da salivação, sem lesão na mucosa oral.
A dor é do tipo queimação, de intensidade moderada a severa, podendo persistir por anos, acometendo principalmente as bordas laterais e ponta da língua. Pode haver também sensação dolorosa em gengivas, lábios e mucosa jugal, sem alterações visíveis ao exame oral e faríngeo. Há piora da intensidade dolorosa no decorrer do dia, nos estados de tensão, fadiga, ao falar muito, à ingestão de alimentos picantes e quentes, e ocorre melhora com alimentos frios, trabalho e distração.
A realização de uma história clínica detalhada, exame físico geral, exames da cavidade oral e orofaringe minuciosos são de fundamental importância neste diagnóstico e acompanhamento. Geralmente são solicitados alguns exames laboratoriais de forma complementar. A abordagem terapêutica inclui a correção de distúrbios metabólicos, tratamento para fungos na cavidade oral e atenção cuidadosa aos transtornos de ansiedade e depressão quando presentes.